Contos & Rabiscos
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Expondo Conversas de Domingo
*Arrumando a casa*
_ O que foi que acontenceu?
_ Nada.
_ Tá passando por alguma dificuldade?
_ Não.
_ Até café tu fez? Tá com algum problema?
_ Tenho um artigo para entregar terça...
_ Ah! Te desejo muitos artigos! Artigos hoje, artigos amanhã, artigos sempre!
Fim.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
A Doação de Sangue
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Tequila, limão e sal
Prometeram-lhe uma ruiva.Teoricamente ela trabalharia hoje. Queda por ruivas sempre teve, quando não tinham loiras, claro.
Teriam que pegar ônibus. Dez horas chegaram. Mas a ruiva nada de trabalhar hoje.
Azar.
Sobrou Tequila, limão e sal.
domingo, 5 de setembro de 2010
A Fúria de Gaia
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
O Reencontro
Não lembrava há quanto tempo havia se sentido dessa maneira. Anos talvez. A ansiedade era percebida pelos colegas de trabalho. Não tinha como não notar, ele olhava o relógio a cada minuto. Em algumas horas iria buscá-lo no aeroporto. Os minutos passavam lentos, e ele os contava exaustivamente. O outro homem também se sentia da mesma forma, anos haviam passado desde o último encontro, a saudade era imensa.
Meio dia.
"Finalmente" pensa Jorge.
Sai correndo do trabalho direto para o aeroporto, o avião iria pousar em meia hora. Chega de espera. Ao chegar ao portão de desembarque, descobre que o avião está atrasado, tem que esperar mais uma hora até poder rever o homem que tanto ama.
O tempo parece não querer andar.
Finalmente o avião pousa, ele observa os passageiros saírem um a um. Jorge avista o homem que espera saindo do portão a passos lentos, procurando alguma fisionomia conhecida, seus olhos enchem-se de lágrimas ao vê-lo. Suas costas curvadas pela idade, seu cabelo branco, e sua face marcada não lembram em nada o homem jovem e forte que foi seu herói no passado.
Seus olhares se cruzam e o velho sorri.
_Pai! Fala Jorge abraçando-o.
Sob olhares curiosos eles saem de mãos dadas, tinham muitos assuntos para por em dia.
FIM
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Vivi e a Tranca
Vivi e a Tranca
Ela ganhou sua primeira tranca.
Colocaria na porta do quarto sozinha.
Terminou, sorriu.
O sorriso sumiu.
A tranca ficara do lado de fora.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Um Conto de Natal
Já estava ficando tarde, e nada de encontrar a maldita boneca. Tinha ido a cinco lojas de brinquedos, e em todas a boneca já havia esgotado. Não deveria ter deixado para comprar de última hora. A maldita boneca da bolha de sabão. Desde que sua filha viu, não falava em outra coisa a não ser em ganhar a boneca no Natal.
A última loja de brinquedos estava logo a frente, estacionou duas ruas antes. Exatamente como as outras, essa também estava abarrotada de pais. Parecia que estava no meio de um bando de selvagens famintos. Um simples olhar desinteressado era interpretado com malícia, se tornando motivo suficiente para agressões verbais, e muitas vezes físicas. Duas mulheres, no fundo da loja, estavam sendo separadas pelos vendedores, uma acusava a outra de ter roubado o brinquedo que pretendiam comprar.
Proucurou saber da boneca com um dos vendedores, foi infomado que a tal boneca já havia esgotado, e que a última acabara de ser vendida. O vendedor apontou a mulher na fila. Ela segurava a boneca com as duas mãos, com medo do brinquedo ser arrancado à força, ou sair correndo para os braços de outra pessoa. Ao chegar perto e tocá-la no ombro, ela rosna dizendo que não irá vendê-la de forma alguma; por certo já havia sido abordada por outra pessoa. Ele oferece quase o triplo do valor da boneca, mas ela não cede.
Desesperado, sai da loja apinhada de pais, e espera ela sair, pretende abordá-la novamente e se ela rejeitar o dinheiro com fez anteriormente, pegaria a boneca mesmo assim. Ela aparentava estar sozinha. Seria fácil.
Cruza a rua e encosta na parede.
Acende um cigarro.
E espera.
Estava tremendo.
Um sedã preto estaciona no meio da rua, em frente a loja, um homem alto salta do carro, entra na loja, três minutos depois ele sai acompanhado da mulher que comprara a boneca.
Furioso, ele joga o cigarro no chão. Volta ao seu carro. Ele vê uma pracinha. Resolve ir até lá para esfriar a cabeça. A pracinha está praticamente vazia, a não ser por algumas crianças que brincavam de esconde-esconde. Afastado da pracinha havia um parquinho, onde apenas uma menina brincava sentada no alto do escorrego de pedra. Segurava uma boneca e falava com ela. Usava um vestido azul claro e sapatos pretos. Por não conseguir ouvir o que ela dizia, resolveu se aproximar. Achava engraçado quando sua filha fazia isso, gostava de ouvir a conversa, rendia boas gargalhadas. Deu a volta no parquinho para não assustar a criança.
Ela cantava.
Tublec, tublin
Eu vi uma bonequinha..."
E se ela chorasse?
Não importa. Ninguém ouviria.
Ela ainda cantava.
Tublec, tublin
Bolinha de sabão."
Estavam rodeados de bolhas de sabão.
Tudo aconteceu muito rápido. Num segundo ele estava em cima dela, que ao contrário do que pensou, reagiu rápido e segurou a boneca pelas pernas, mas por ser muito leve foi posta de pé com facilidade. Ela não iria soltar, pensou ele. Pôs o pé no pequeno peito e empurrou, ela perdeu o equilíbrioe caiu do escorrego.
De cima ele a viu, mergulhada em seu próprio sangue ainda quente. Ele correu com a boneca nas mãos. Conseguiu o que queria, mas a que custo?
Colocou a boneca no porta malas.
Entrou no carro ofegante.
Dirigiu-se para casa. Não acreditava no que tinha feito. Era agora um assassino.
Dirigia a cima do limite de velocidade.
Sinal vermelho.
Ele para em cima da faixa. Um velho que atravessa a rua pragueja contra ele. Respira fundo, o mundo ainda gira, sua visão está turva.
Sinal verde.
Ele dispara quaser atropelando uma mulher que ainda está na faixa. A boneca continua cantando. Ele tenta pegar a boneca com seu braço direito, mas ela "foge" e fica fora do seu alcance.
Atordoado, acelera o carro. Isso é uma alucinação, pensa.
Ela canta cada vez mais alto.
Ele não suporta mais. A música está dentro da sua cabeça.
Acelera.
Sinal vermelho.
Ele não para.
Uma blazer atravessa o cruzamento e bate em cheio na lateral do carro. É arratado alguns metros depois capota uma, duas, três vezes.
No meio das ferragens ele vê um par de sapatos pretos se aproximando e pegando a boneca, que não sofreu nenhum dano. Não dá pra ver o rosto, até que ela se abaixa e se põe no seu campo de visão. Sua cabeça está aberta, parte do cérebro está exposto, tem sangue por todo vestido azul. Ela sorri e se vai.
Ele é engolido pela escuridão. Tudo que resta é o vazio e o som da voz infantil que canta.
Tublec, tublin
Eu vi uma bonequinha
Tublec, tublin
Fazendo uma bolinha
Tublec, tublin
Bolinha de sabão."
FIM