domingo, 16 de fevereiro de 2014

Expondo Conversas de Domingo



*Arrumando a casa*
_ O que foi que acontenceu?
_ Nada.
_ Tá passando por alguma dificuldade?
_ Não.
_ Até café tu fez? Tá com algum problema?
_ Tenho um artigo para entregar terça...
_ Ah! Te desejo muitos artigos! Artigos hoje, artigos amanhã, artigos sempre!

Fim.
 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Doação de Sangue


“Pressão: 120 x 80 mmHg
Altura: 1,70 m
Peso: 72 Kg”

- O senhor é heterossexual?
“Responde indiferente”
- Sim.
- É virgem?
“Responde desconfiado”
- Não.
- Tem vida sexual ativa? 
“Responde com certa tristeza”
- Não.
- Já teve vida sexual ativa?
“Responde após longo suspiro e voz quase inaudível”
- Não.


Obs.: Eu sei que o questionário não é assim, mas eu quis que fosse. 
A questão sobre sexualidade foi realmente feita a uma amiga minha. 
Não acho que deva ser feita, mas ela está aqui só pra ter um "sim" relacionado ao assunto. =D

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tequila, limão e sal

Convite feito, convite aceito. Ela rapidamente arrumou-se.
Prometeram-lhe uma ruiva.Teoricamente ela trabalharia hoje. Queda por ruivas sempre teve, quando não tinham loiras, claro.
Teriam que pegar ônibus. Dez horas chegaram. Mas a ruiva nada de trabalhar hoje.
Azar.
Sobrou Tequila, limão e sal.

domingo, 5 de setembro de 2010

A Fúria de Gaia

         A long time ago, eu comecei esse conto. Dei uma parada, modifiquei uma parte e a outra parte ainda está esperando ser modificada. Eu já tinha postado em um site que eu tinha esses dois capítulos, mas eu resolvi deletar o site e postá-los aqui. É só clicar em 'Full' que o arquivo aumenta de tamanho. Espero que alguém goste. =D


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Reencontro

Não lembrava há quanto tempo havia se sentido dessa maneira. Anos talvez. A ansiedade era percebida pelos colegas de trabalho. Não tinha como não notar, ele olhava o relógio a cada minuto. Em algumas horas iria buscá-lo no aeroporto. Os minutos passavam lentos, e ele os contava exaustivamente. O outro homem também se sentia da mesma forma, anos haviam passado desde o último encontro, a saudade era imensa.

Meio dia.

"Finalmente" pensa Jorge.

Sai correndo do trabalho direto para o aeroporto, o avião iria pousar em meia hora. Chega de espera. Ao chegar ao portão de desembarque, descobre que o avião está atrasado, tem que esperar mais uma hora até poder rever o homem que tanto ama.

O tempo parece não querer andar.

Finalmente o avião pousa, ele observa os passageiros saírem um a um. Jorge avista o homem que espera saindo do portão a passos lentos, procurando alguma fisionomia conhecida, seus olhos enchem-se de lágrimas ao vê-lo. Suas costas curvadas pela idade, seu cabelo branco, e sua face marcada não lembram em nada o homem jovem e forte que foi seu herói no passado.

Seus olhares se cruzam e o velho sorri.

_Pai! Fala Jorge abraçando-o.

Sob olhares curiosos eles saem de mãos dadas, tinham muitos assuntos para por em dia.

FIM

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Vivi e a Tranca

OBS: Esse pequeníssimo conto concorria no concurso de microcontos da Academia Brasileira de Letras, não ganhou nada, claro. Acho até que foi desclassificado, afinal a besta aqui esqueceu de contar e fez com mais de 140 caracteres. Vou postar aqui como eu mandei para o concurso, apesar de querer fazer muitas mudanças.







Vivi e a Tranca


Ela ganhou sua primeira tranca.
Colocaria na porta do quarto sozinha.

Terminou, sorriu.
O sorriso sumiu.

A tranca ficara do lado de fora.


quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um Conto de Natal

24 de dezembro.
Já estava ficando tarde, e nada de encontrar a maldita boneca. Tinha ido a cinco lojas de brinquedos, e em todas a boneca já havia esgotado. Não deveria ter deixado para comprar de última hora. A maldita boneca da bolha de sabão. Desde que sua filha viu, não falava em outra coisa a não ser em ganhar a boneca no Natal.
A última loja de brinquedos estava logo a frente, estacionou duas ruas antes. Exatamente como as outras, essa também estava abarrotada de pais. Parecia que estava no meio de um bando de selvagens famintos. Um simples olhar desinteressado era interpretado com malícia, se tornando motivo suficiente para agressões verbais, e muitas vezes físicas. Duas mulheres, no fundo da loja, estavam sendo separadas pelos vendedores, uma acusava a outra de ter roubado o brinquedo que pretendiam comprar.
Proucurou saber da boneca com um dos vendedores, foi infomado que a tal boneca já havia esgotado, e que a última acabara de ser vendida. O vendedor apontou a mulher na fila. Ela segurava a boneca com as duas mãos, com medo do brinquedo ser arrancado à força, ou sair correndo para os braços de outra pessoa. Ao chegar perto e tocá-la no ombro, ela rosna dizendo que não irá vendê-la de forma alguma; por certo já havia sido abordada por outra pessoa. Ele oferece quase o triplo do valor da boneca, mas ela não cede.
Desesperado, sai da loja apinhada de pais, e espera ela sair, pretende abordá-la novamente e se ela rejeitar o dinheiro com fez anteriormente, pegaria a boneca mesmo assim. Ela aparentava estar sozinha. Seria fácil.
Cruza a rua e encosta na parede.
Acende um cigarro.
E espera.
Estava tremendo.
Um sedã preto estaciona no meio da rua, em frente a loja, um homem alto salta do carro, entra na loja, três minutos depois ele sai acompanhado da mulher que comprara a boneca.
Furioso, ele joga o cigarro no chão. Volta ao seu carro. Ele vê uma pracinha. Resolve ir até lá para esfriar a cabeça. A pracinha está praticamente vazia, a não ser por algumas crianças que brincavam de esconde-esconde. Afastado da pracinha havia um parquinho, onde apenas uma menina brincava sentada no alto do escorrego de pedra. Segurava uma boneca e falava com ela. Usava um vestido azul claro e sapatos pretos. Por não conseguir ouvir o que ela dizia, resolveu se aproximar. Achava engraçado quando sua filha fazia isso, gostava de ouvir a conversa, rendia boas gargalhadas. Deu a volta no parquinho para não assustar a criança.
Ela cantava.

"Sentada na calçada de canudo e canequinha
Tublec, tublin
Eu vi uma bonequinha..."

Ele deu um salto. Ela tinha a boneca que ele procurou o dia inteiro. Paralizado olhando as costas da menina, sua mente girava dando inúmeras ideias de como conseguir a boneca tão procurada. Seria mais fácil do que roubar da mulher um pouco antes, a sorte sorria para ele. A menina não conseguiria nem reagir, quando ela se desse conta seria tarde demais.
E se ela chorasse?
Não importa. Ninguém ouviria.
Ela ainda cantava.

"Fazendo uma bolinha
Tublec, tublin
Bolinha de sabão."

Estavam rodeados de bolhas de sabão.
Tudo aconteceu muito rápido. Num segundo ele estava em cima dela, que ao contrário do que pensou, reagiu rápido e segurou a boneca pelas pernas, mas por ser muito leve foi posta de pé com facilidade. Ela não iria soltar, pensou ele. Pôs o pé no pequeno peito e empurrou, ela perdeu o equilíbrioe caiu do escorrego.
De cima ele a viu, mergulhada em seu próprio sangue ainda quente. Ele correu com a boneca nas mãos. Conseguiu o que queria, mas a que custo?
Colocou a boneca no porta malas.
Entrou no carro ofegante.
Dirigiu-se para casa. Não acreditava no que tinha feito. Era agora um assassino.
Dirigia a cima do limite de velocidade.
Sinal vermelho.
Ele para em cima da faixa. Um velho que atravessa a rua pragueja contra ele. Respira fundo, o mundo ainda gira, sua visão está turva.

"Sentada na calçada de canudo e canequinha..."

Ele salta. Um calafrio percorre seu corpo. Olha ao redor, não vê nenhuma criança por perto. Está suando frio, fecha os vidros.

"Eu vi uma bonequinha..."

Ele grita. O canto vem de dentro do carro.

"Fazendo uma bolinha..."

Pelo retrovisor vê a boneca no banco de trás. Como ela poderia estar ali? O suor desce pelo rosto, encharcando ainda mais sua blusa.

"Bolinha de sabão"

É a voz da menina do parquinho. A boneca começa a fazer bolhas, logo o carro está cheio e ele tem que abrir os vidros.
Sinal verde.
Ele dispara quaser atropelando uma mulher que ainda está na faixa. A boneca continua cantando. Ele tenta pegar a boneca com seu braço direito, mas ela "foge" e fica fora do seu alcance.
Atordoado, acelera o carro. Isso é uma alucinação, pensa.
Ela canta cada vez mais alto.
Ele não suporta mais. A música está dentro da sua cabeça.
Acelera.
Sinal vermelho.
Ele não para.
Uma blazer atravessa o cruzamento e bate em cheio na lateral do carro. É arratado alguns metros depois capota uma, duas, três vezes.
No meio das ferragens ele vê um par de sapatos pretos se aproximando e pegando a boneca, que não sofreu nenhum dano. Não dá pra ver o rosto, até que ela se abaixa e se põe no seu campo de visão. Sua cabeça está aberta, parte do cérebro está exposto, tem sangue por todo vestido azul. Ela sorri e se vai.
Ele é engolido pela escuridão. Tudo que resta é o vazio e o som da voz infantil que canta.

"Sentada na calçada de canudo e canequinha
Tublec, tublin
Eu vi uma bonequinha
Tublec, tublin
Fazendo uma bolinha
Tublec, tublin
Bolinha de sabão."


FIM